Os Cursos Superiores de Tecnologia em Automação Industrial, Design de Moda e Agroecologia são alguns exemplos das opções ofertadas pela Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica nessa modalidade de graduação em todo o País.
Segundo a plataforma que reúne dados da Rede (Nilo Peçanha), no ano passado, só nessa categoria de curso – que não é a mesma coisa que curso técnico nem remete a quem trabalha com tecnologia – foram efetivadas 91.855 matrículas, tendo sido computados 24.482 ingressantes e formados 13.775 novos tecnólogos.
No Brasil, a expansão do ensino superior em tecnologia se deu no início dos anos 2000. E de acordo com uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgada em 2013, mais de 90% dos tecnólogos formados, na época, conseguiram emprego com facilidade.
Apesar da crise econômica dos últimos anos, que afetou severamente o mercado de trabalho e resultou em índices de desemprego alarmantes, a formação de tecnólogo continua sendo um atrativo e uma garantia de emprego para muitos jovens e adultos.
Os cursos superiores de tecnologia, com duração de dois a três anos, oferecem graduação nas áreas de exatas, humanas e saúde. Como a matriz curricular dessa modalidade é mais voltada para a prática, aliando ciência e tecnologia, os tecnólogos, além de saírem prontos para o mercado de trabalho, também podem optar por seguir a carreira acadêmica e ingressar normalmente numa especialização, mestrado e até mesmo doutorado.
De empacotador à tecnólogo – O professor Wellington Dias, do campus Palmas do Instituto Federal do Tocantins (IFTO), é um exemplo de força de vontade, obstinação e sucesso. O primeiro emprego dele foi como empacotador de supermercado. “Foram dias difíceis, pois além do trabalho pesado e cansativo que enfrentava todos os dias, ainda tinha que ter disposição para terminar o ensino médio à noite”.
Em 2003, na Escola Técnica Federal de Palmas, o docente fez o curso Técnico em Eletrotécnica e, por concurso, tomou posse no cargo de eletricista da instituição. Depois, ele se matriculou no Curso Superior de Tecnologia em Sistemas Elétricos, formação que foi concluída em 2009. “O curso é excelente, pois, além da curta duração, possui, na grade horária, as principais unidades curriculares do curso de Engenharia Elétrica.”
Há cinco anos, Wellington Dias tomou posse no cargo de professor efetivo do IFTO e hoje é mestrando em Agroenergia na Universidade Federal do Tocantins (UFT).
“O Curso Superior de Tecnologia em Sistemas Elétricos me ofereceu todas as condições necessárias para que eu pudesse concorrer ao mestrado. As instituições federais têm um papel importantíssimo na formação profissional dos jovens brasileiros. Elas têm ofertado diversos cursos gratuitos e de qualidade, de níveis técnico e superior e, com isso, oportunizado mais do que uma profissão. Devo a essas instituições a oportunidade de ter uma ocupação e de mudar minha vida para melhor”, frisou.
A coordenadora da Câmara de Ensino do Conselho Nacional Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) e reitora do Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IF Sertão-PE), Maria Leopoldina Veras Camelo, exemplifica que a Rede Federal oferta os cursos dessa categoria dentro dos 13 eixos estabelecidos pelo Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia do Ministério da Educação (MEC).
“Esses cursos formam profissionais com foco nas demandas do mercado de trabalho, com a matriz curricular mais prática do que teórica. A cada dia, a Rede busca aprimorar espaços educacionais como laboratórios, aquisição de equipamentos e materiais que são indispensáveis para a formação dos tecnólogos e para que eles cheguem ao mercado aptos a atuar”, disse.
Dia do Tecnólogo – A data é celebrada em dias diferentes. Uma delas é 6 de outubro e foi estabelecida pela Lei nº 9.657/1997 do Estado de São Paulo. A outra, 24 de novembro, foi instituída pelo Conselho Federal de Engenharia e Agronomia e Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Sistema Confea/Crea). Mas, apesar de existir o Dia do Tecnólogo, a profissão ainda não foi regulamentada.
Segundo o presidente da Federação Nacional dos Tecnólogos (FTN), Efraim Geraldo Rodrigues Leite, o Projeto de Lei nº 2.245/2007, que trata da regulamentação do exercício da profissão de tecnólogo, teve pareceres favoráveis em todas as comissões da Câmara dos Deputados ao qual foi submetido, entretanto, dois recursos impediram a tramitação conclusiva.
“A aprovação da lei vai depender do envolvimento das instituições de ensino que ministram Cursos Superiores de Tecnologia, de tecnólogos e acadêmicos. Precisamos convencer os parlamentares de que esses cursos são um avanço para o Brasil e que os tecnólogos irão impulsionar a economia do País com prestação de serviço de qualidade.
Bárbara Bomfim
Assessoria de Comunicação
Conif
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