A Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica conta com a expertise de milhares de profissionais dedicados a uma função que não se restringe somente ao aperfeiçoamento do ensino, dado o contexto de diversas transformações globais e tecnológicas.
Instituído pela Lei nº 13.083/2015, o Dia do Pedagogo serve para prestar homenagens e incentivar reflexões. Essas ponderações são da reitora do Instituto Federal Catarinense (IFC), Sônia Regina de Souza Fernandes, doutora em educação, que, na entrevista abaixo, aborda aspectos atuais relacionados à Pedagogia.
- Quais são os desafios da educação na atualidade?
Tendo o entendimento de que a educação transcende a dimensão escolar, posso destacar, dentre os principais desafios, a relação entre a educação e as mais diversas culturas (interculturalidade), educação com e para a cidadania, as temáticas ligadas à sustentabilidade e o campo da inclusão. Nesse sentido, o desafio é aprender a pensar e colocar-se no lugar do outro fazendo o questionamento: e se fosse você?
- E o que diz respeito às propostas pedagógicas adequadas?
É importante ressaltar que contextos distintos exigem propostas diferentes. Acredito que os projetos devem estar conectados à realidade social e pautados em conhecimentos produzidos historicamente. São imprescindíveis propostas que dialoguem com o ensino, a pesquisa e a extensão.
- E a relação entre educação e tecnologia?
Hoje as tecnologias fazem parte da nossa cultura. É impossível a escola e os profissionais que nela atuam não acompanharem a evolução de instrumentos como computadores e telefones e a conexão deles com os seres humanos. Para mim, a tecnologia extrapola a concepção de um mero recurso pedagógico.
- A educação de qualidade decorre de inúmeras variáveis, uma delas é a formação de professores. Como deve ser esse processo?
A formação dos docentes requer uma base consistente de epistemologia, história, filosofia, sociologia, dentre outros. É fundamental, ainda, conhecer o mundo, entendê-lo e buscar formas de intervenção condizentes com a realidade no qual se está inserido seja como gestor, pesquisador e professor. Uma formação contextualizada não é só saber fazer.
- Como avalia a questão dos materiais didáticos?
Esses produtos são consequências de processos pedagógicos que têm como objetivo a utilização de livros, por exemplo, mais adequados para cada um dos ambientes de aprendizagem. Não podemos generalizar. A escolha do material didático deve ir ao encontro das especificidades das turmas e dos sujeitos que ali estão para que sejam, verdadeiramente, ferramentas que efetivem a relação ensinar e aprender.
- Do presencial para a Educação a Distância (EaD), o que muda na atuação do pedagogo?
A EaD democratiza a educação. Hoje depara-se com a integração entre o presencial e a EaD. Na minha opinião, essa modalidade de curso pode manter um alto nível de qualidade se não abrir mão do conhecimento, da realidade, e de primar pelo rigor teórico-metodológico.
- A Rede é reconhecida pelo modelo educacional ofertado, que é viabilizado em grande parte pela formação de excelência de seus docentes. Qual a importância do Programa de Pós-Graduação em Educação Profissional e Tecnológica (ProfEPT)?
O ProfEPT é um programa de grande envergadura e complexidade. Acredito que um dos diferenciais da iniciativa é permitir que profissionais que atuam em lugares remotos do País tornem-se mestres. O programa reposicionou um privilégio que, até pouco tempo, limitava-se a docentes das grandes capitais, principalmente do Sudeste. E hoje, além de ampliar possibilidades na carreira dos professores da Rede, contribui para que índices educacionais previstos no Plano Nacional de Educação (PNE) possam melhorar.
Bárbara Bomfim
Assessoria de Comunicação
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